Por: Catarina Bexiga
Quinta-feira de Ascensão na Chamusca. Ambiente único nas
ruas. E a merecer mais público nas bancadas da quase centenária praça de
toiros. Da tarde de ontem, guardo as actuações dos dois toureiros mais jovens do
cartel… a roçar o triunfo!
Duarte Pinto voltou a deixar “selo” das suas capacidades,
sobretudo no último do seu lote. Com o segundo da tarde, montado no “Cesário”
de curtos, apenas cumpriu. Pode fazer melhor. Se tem pisado um pouco mais os
terrenos do Prudêncio, as sortes teriam outro impacto. Porém, com o quinto, montado
no “Espectáculo” apontou e com o “Visconde” entendeu o toiro, viu-se intencionalidade
no seu toureio, cravando três curtos bons, os melhores da tarde! Na minha
opinião, merecia o prémio!
Luís Rouxinol defendeu a seu estatuto com as armas habituais.
A sua primeira actuação (com o Girassol) resultou intermitente; e com o quarto
(montado no Douro) andou vistoso, tirando partido do toureio de cercanias. Levou
para casa o prémio "Dr. João Duque".
Os toiros de Prudêncio serviam para triunfos maiores. Foram
todos colaboradores. O 1.º, 2.º e 4.º, mais fáceis; o 3.º, mesmo com ligeira querença
nos tércios, não complicou…
Tarde de competição entre os dois grupos da terra, com
atitudes que merecem ficar registadas. Pelos Amadores da Chamusca pegaram Luís
Isidro à segunda tentativa, despedindo-se das arenas, e Bernardo Borges à
primeira, na pega mais homogénea da tarde e merecedora do prémio "Eng. Jorge Duque".
Pelo Aposento da Chamusca concretizaram João Saraiva à primeira tentativa e
Francisco Andrade à terceira. Na sua última volta à arena, o forcado Luís
Isidro também foi reconhecido pelo grupo “rival”, especialmente por parte de
ex-cabo Tiago Prestes e do actual Pedro Coelho dos Reis. Gravei o gesto.
Manuel Dias Gomes recebeu superiormente de capote os seus
dois toiros. Com elegância. Com suavidade. O seu lote revelou-se díspar de
comportamento. O seu primeiro prometeu, mas chegou à muleta a “puntear los
vuelos”. O toureiro andou esforçado. O seu segundo teve melhor condição, e
Manuel Dias Gomes procurou a estética, mais que a emoção. À faena faltou um
pouco de ritmo, mas houve muletazos autênticos, de cartel!