Por: Catarina Bexiga
Poucos dias depois da nocturna que abriu a temporada na
Monumental do Campo Pequeno, encontrei um amigo – também ele apaixonado pelo
Toureio a Cavalo – que me confessou o seu desagrado pelo actual estado em que
se encontra o toureio montado no nosso país.
Trocámos várias ideias; abordámos o Toureio a Cavalo em
Espanha; cada um defendeu, cordialmente, o seu ponto de vista; recordámos,
inclusive, actuações de um passado não muito distante, como por exemplo, do
João Moura com o “Ferrolho”, do João Telles com o “Atinado”, do Joaquim
Bastinhas com o “Xeque-Mate”, do Paulo Caetano com o “Gamão”; do António Telles
com o “Gabarito”, do João Salgueiro com o “Herói”, do Rui Salvador com o “Importante”,
do Luís Rouxinol com o “Disparate”; entre tantas outras… e de repente constatámos
(com muita pena nossa, e lamentando também as imitações) que estamos – com a
geração mais nova – em plena caminhada pelo deserto…
Confesso que a nossa maior dificuldade foi encontrar
justificação para que a maioria dos nossos cavaleiros não descortinem a realidade
e não se preocupem com o seu próprio futuro.
A única “conclusão” a que chegámos: é tudo uma questão de
conceito. Porque o Toureio a Cavalo não é apenas “cravar ferros”, o toureio a
cavalo dependerá sempre da interpretação de cada toiro; dos terrenos que cada um
exige; das distâncias que cada um requer, das querenças que cada um possa
demostrar, etc., etc., etc. Depois cada sorte tem o seu valor, mas conseguir “vencer
o pitón” e cravar ao estribo é a máxima de todas elas!
Dizem que o comportamento do toiro melhorou, até se inventou
o termo “toreabilidad”... Dizem que os cavalos são superioras, com uma
habilidade, com uma expressão maiores…
Então, é urgente encontrar o rumo certo…