Azambuja, 28 de Outubro 2017
Por: Catarina Bexiga
De novo, quatro horas de tourada. Entre cortesias,
homenagens, voltas para todos, etc., etc., etc… Pouco interesse. Pouco ritmo.
Pouca noção de tudo. Um enjoo! Começo a achar que não há volta a dar. Os vícios
estão instalados. As mentalidades igual. Embora os erros estejam detectados, repetem-se
hoje, repetem-se amanhã, repetem-se depois de amanhã. Os aficionados resistentes
(cada vez menos) começam a perder a defesa, e o público anda completamente “à
deriva”. Acham que um espectáculo com quatro horas de duração, pouco interesse
e pouca qualidade, consegue sobreviver?
A actuação de Rui Salvador resultou modesta; Luís Rouxinol andou
em “versão popular”; Ana Batista intermitente; Manuel Telles Bastos resoluto; e
a praticante Soraia Costa viu-se aflita para encontrar soluções com o pior do
curro da Herdade de Camarate. Cinco toiros díspares de apresentação, sem
entrega os três primeiros, manso em tábuas o quarto e manso de lei o quinto.
As melhores recordações da longa tarde deixou-as o toureio a
pé. De Manuel Dias Gomes, o saludo capotero com que recebeu o exemplar de Calejo
Pires e uma serie de naturais, largos e a gosto. De Rui Jardim – que prestava
provas para novilheiro praticante – a tranquilidade com que encarou o
compromisso com um novilho de João Ramalho, imprimindo ao seu toureio disposição
(foi à porta gaiola) e variedade, mas também recursos com que surpreendeu.
A comemorar 50 anos de existência, os Amadores de Azambuja
fardaram muitos forcados de várias gerações, oportunidade para pegarem “novos” e “velhos”
elementos, numa tarde de convívio, mas também de algumas limitações na hora de
se colocarem frente ao toiro.
E passaram quatro horas… Grande enjoo. Uma tourada que bem
poderia ter o “Alto Patrocínio Rennier”…
Foto: João Silva / Sol e Sombra