Vila Franca de Xira, 9 de Abril 2017
Por: Catarina Bexiga
Em cada forcado um
coração vilafranquense. Em cada jaqueta de ramagens um pedaço de história. A
Palha Blanco registou uma grande moldura humana no Festival Taurino que
assinalou os 85 anos dos Amadores de Vila Franca de Xira. A melhor maneira de
reconhecer a trajectória do grupo e de o acarinhar em dia especial…
O ponto alto da tarde
foi a actuação do matador de toiros Curro Diaz com um novilho de Falé Filipe.
Um hino ao toureio clássico. Para começar um par de lances à Verónica; e depois
uma faena de fino corte, com muletazos profundos e templados, e o toureiro a
gosto. Deu duas merecidas voltas à arena.
A Vitor Mendes tocou
um novilho violento, dos três o único que não serviu. Mendes despachou-o com
ofício. Referir, que João Ferreira cravou dois excelentes pares
de bandarilhas, ganhando o pitón e cravando na cara. Saudou nos tércios.
João d’Alva, aluno da
Escola de Toureio “José Falcão”, deixou uma importante mensagem na Palha
Blanco. Concentrado, entendeu o novilho de Falé Filipe, e construiu uma faena pausada,
procurando levar largo os muletazos, e sentindo-se toureiro.
A cavalo, António
Ribeiro Telles lidou um novilho parado com ferro Casa Avó. Montado no “Favorito”,
a sua sapiência superou as dificuldades. Com detalhes de maestria.
O novilho, com o
mesmo ferro, que tocou a Luís Rouxinol, embora sem fijeza no momento do cite, teve mobilidade. Montado no “Douro”, Rouxinol defendeu o seu estatuto, à base da disposição.
Ana Batista regressou
às arenas com um esmerado sentido de lide. O Casa Avó teve acentuada querença
em tábuas, mas a cavaleira soube contrariar-lhe a vontade. Montada no “Roncal”,
o segredo esteve na ligação, sem perder a cara ao adversário, para lograr concretizar
as sortes.
Depois do toureio a
pé, menos conteúdo tiveram as restantes actuações a cavalo. Com um novilho de
António Silva, Paulo Jorge Santos limitou-se a andar desembaraçado; e com o
exemplar de Charrua, o praticante António Prates acusou a responsabilidade.
Terminamos, com os
protagonistas na tarde. Concretizaram Ricardo Castelo e Carlos Telles “Caló”,
ambos à segunda tentativa, Bruno Casquinha à primeira, Ricardo Patusco à quarta
e Diogo Pereira à primeira, a encerrar com chave de ouro a prestação do grupo. Na
retina ficaram também outros tantos, que voltaram a vestir a jaqueta de
ramagens e a pisar a Palha Blanco, forcados que enalteceram o grupo em
diferentes épocas.