sexta-feira, 7 de junho de 2019

CAMPO PEQUENO: PORTA GRANDE EM SALDOS!


Por: Catarina Bexiga

A seriedade da Monumental do Campo Pequeno (Catedral do Toureio a Cavalo) deveria ocupar um lugar totalmente distinto do actual e deveria servir de referência; e nunca conivente com tamanha falta de exigência; porque no Toureio pode existir “estilos”, mas nunca poderá deixar de existir seriedade e exigência. O Campo Pequeno tornou-se a praça de toiros onde é mais fácil triunfar. Reconheço que é importante ter público nas bancadas; mas não deverá ser menos importante preservar os Aficionados que ainda lá vão. Espanha dá-nos todos os dias exemplos de seriedade e exigência; mas aqui contentamo-nos com pouco... Em noite de homenagem ao seu pai, Marcos Tenório assinou duas actuações que estiveram longe de merecer o registado desfecho. Aceito que o sentimento estivesse “à flor da pele”; mas não posso aceitar que o toureio que praticou mereça quatro voltas à arena. Até lhe reconheço capacidades para mais. Até já lhe vi actuações superiores. Sair em ombros pela porta grande da Monumental do Campo Pequeno merece uma reflexão profunda sobre a categoria que se pretende dar ao Toureio a Cavalo em Portugal no futuro…

Da noite de ontem, recordo três grandes ferros curtos de João Moura, montado no “Marino”, no seu primeiro toiro, mas que nem valorizados foram pelo público de Lisboa; e uma meritória “gaiola” de Marcos Tenório, com o “Danone”, no seu segundo.

Cayetano Rivera Ordóñez – que debutou em Lisboa – teve uma passagem discreta pela capital. O seu lote de Varela Crujo teve virtudes, mas com o primeiro, Cayetano, não se sentiu confiado e com o segundo apenas se viu mais a gosto pelo pitón esquerdo.  

O curro de Varela Crujo, Herdeiros saiu díspar de jogo. Dos toiros para cavalo, o primeiro não teve raça, o segundo saiu desinteressado e sem fijeza, o quatro foi reservado e o quinto teve mobilidade e transmissão, mas com “feios “ durante a lide (na minha opinião foi excessiva a volta do ganadero). Para a pé, ambos tiveram condições, destacando-se o sexto da função.  

Pelos Amadores de Portalegre pegaram Ricardo Almeida e João Fragozo, à segunda tentativa. Pelos Amadores da Chamusca pegaram Francisco Borges à segunda e Bernardo Borges à primeira, na melhor pega da noite.

O Delegado Técnico Tauromáquico, Ricardo Dias, apenas serviu de “figurante” e foi cúmplice com a falta de seriedade e exigência que marcaram a noite.

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