Lisboa, 8 de Setembro 2016
Por: Catarina Bexiga
Não sei se hei-de começar pelo
que me alegrou, ou, pelo que me entristeceu. Essa foi a mistura de sentimentos
que trouxe de Lisboa. Para mim, João Moura foi o autor da melhor actuação da noite,
com o seu primeiro. No entanto, senti que passou despercebida… Não estranho! O
público está “confuso” sobre o que são os valores a preservar... O “romãotenório”
foi uma autêntica tourinha, mas Moura esteve em Maestro, soube gerir as suas
investidas e soube aproveitá-lo… De saída, com o “Xarope”, apontou um segundo comprido
superior, e depois cravou cinco curtos idênticos no conceito. Citou de praça a
praça, encurtou distâncias, reduziu na cara do toiro… e cravou de alto-a-baixo.
Deu gosto vê-lo! Com segundo, andou totalmente diferente. Carente de interesse.
Assumi-lo com discrição, ter-lhe-ia favorecido, como profissional e referência.
Mas quis prolongar a actuação, pediu um ferro, outro e mais outro… e criou uma
situação desconfortável para o Delegado Técnico Tauromáquico, Manuel Gama, que
pressionado pelos protestos e olhares que vinham da arena não foi coerente até
ao fim. Tudo se poderia ter evitado!
Pablo Hermoso de Mendoza não teve
um lote propícia aos seus desejos. Mas quem escolhe, terá que também assumir o resultado
do que escolhe. O seu lote saiu sem raça, sem investida suficiente. O de
Navarra apenas deu um ar da sua graça, com o quinto da função, montado no “Disparate”
e pouco mais…
João Moura filho teve uma actuação
indefinida com o seu primeiro, apenas destaco o segundo comprido com o “Goya”; e
andou mais vistoso com o último da noite. Pelo menos, pôs mais vibração no
quinto e sexto curto montado no “Xeque-Mate”. Tirou partido do remate das
sortes e no fim deu volta com o ganadero.
Pelo grupo de Tomar pegaram João
Serra e João Oliveira, respectivamente à segunda e quinta tentativa. Pelo
Aposento da Chamusca concretizaram Francisco Montoya à primeira e Francisco
Andrade à segunda. E pelo grupo de Portalegre foram caras Ricardo Almeida à
primeira e António Cary à segunda.